sábado, 12 de março de 2016

Cristo e o Jovem Rico


Jesus estava nas últimas semanas do seu ministério e havia atravessado o rio Jordão para passar pela região conhecida como Pereia, ao lado oriental do Jordão. Ele voltaria logo para entrar em Jerusalém, confrontar os líderes e ser rejeitado e crucificado. O jovem aproximou-se de Jesus e fez a pergunta mais importante que qualquer um poderia fazer: “Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna?” (Marcos 10:17). Antes de responder à pergunta, Jesus frisou o significado das palavras escolhidas pelo homem. Se só Deus é bom, o jovem implicitamente reconheceu a divindade e, por isso, a autoridade de Jesus. Quando Jesus, poucos minutos depois, fez dele uma grande exigência, o homem precisava entender que esta instrução veio do próprio Deus.
Jesus começou com as coisas que este rico já entendeu, citando alguns dos 10 mandamentos dados por Deus aos israelitas 1.400 anos antes. Este líder conhecia e guardava estes mandamentos. Esta obediência aos mandamentos do Senhor e a busca da vida eterna mostraram uma atitude boa, e Jesus olhou para este jovem e o amou (Marcos 10:21). Jesus o amou tanto que falou a verdade, mesmo correndo o risco de o homem virar as costas e rejeitar sua palavra. Jesus viu que o problema do jovem não foi uma questão de obediência visível a alguma regra, e sim questão das prioridades da vida. Jesus falou para ele vender todos os seus bens e dar aos pobres o dinheiro. Assim, ele poderia seguir ao Mestre (Mateus 19:21).
Antes de comentar sobre a reação do homem, vamos pensar na exigência de Jesus. Alguns têm usado este caso para estabelecer a pobreza como condição de serviço ao Senhor, mas o resto do Novo Testamento corrige esta aplicação errada, pois encontramos cristãos fiéis a Deus e ainda ricos materialmente. Nem todos os ricos precisam vender todos os bens materiais para servir a Deus, mas devem reconhecer seus bens como ferramentas e usá-los conforme os princípios de amor que o Senhor nos ensina (1 Timóteo 6:17-19). Não é o dinheiro, mas o amor do dinheiro que é raiz de todos os males (1 Timóteo 6:10). Este foi o problema que Jesus identificou no homem rico.
O dinheiro não é, necessariamente, o problema. Alguns têm dinheiro, mas não o amam, enquanto outros não têm bens materiais, mas ainda assim amam o dinheiro. Qualquer coisa que ocupa um espaço no nosso coração que impede o domínio total pelo Senhor é o problema. Pode ser dinheiro, sexo, bebidas, drogas, jogos de azar, carreira ou muitas outras coisas. Pode ser a família (Mateus 10:37) ou até a própria vida (Marcos 8:35-37). O ponto é que Jesus merece primeiro lugar no nosso coração e na nossa vida e, por isso, é preciso tirar todos os rivais.
Frequentemente, o dinheiro é o problema. Na busca do entendimento desta mensagem ampla, não devemos perder uma lição óbvia. Muitas pessoas, como aquele jovem rico, são impedidas de servir ao Senhor por causa do dinheiro. Podem ser pobres que trabalham tanto que não têm tempo para Deus, ou ricos que se orgulham das suas conquistas materiais.
Há mais uma mensagem forte no final desta história do jovem rico. Depois de ouvir as palavras de Jesus, ele saiu triste. Não sabemos o que o homem decidiu depois de mais reflexão, mas sabemos que Jesus não impediu que fosse embora. Jesus não tentou amenizar o impacto das suas palavras, e não ofereceu para ele um caminho mais suave com menos sacrifício. Jesus exigiu dele a mesma coisa que exige de qualquer um de nós que queira ser seu discípulo e herdar a vida eterna: ele quer 100% de quem somos, e nada menos!

–por Dennis Allan

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